Esta é uma pergunta recorrente por todos os pacientes que estão em primeiro contato com o seu diagnóstico. Infelizmente, a resposta será afirmativa, mesmo que pareça ao paciente que se sente perfeitamente bem, e que a doença não progride. A doença em questão é caracterizada por um curso medido, assintomático e indolor.
A vida com hepatite C à primeira vista não é diferente da vida de uma pessoa saudável. O paciente pode não ter consciência de sua doença e se sentir bem. Em contraste com o período inicial da vida com hepatite B, nos estágios iniciais do HCV, o paciente não dá importância a uma doença insignificante, semelhante ao resfriado comum. Ocasionalmente, dores de cabeça leves e desconforto menor no lado direito podem aparecer.

Por sua vez, a formação de cirrose ou fibrose começa em média, 18 anos após o início da doença, e o câncer de fígado (carcinoma hepatocelular) é típico para o período mais tardio, entre 23 a 28 anos a partir do momento de início da infecção.
Se a cirrose compensada nascente não for tratada com a hepatite C, ela pode entrar no estágio descompensado dentro de 8 a 10 anos. Este é o estágio terminal da cirrose, no qual o coma hepático e a morte podem ocorrer a qualquer momento. A média de vida desses pacientes varia de 3 a 5 anos, dependendo da gravidade da doença e do estado geral do corpo.

Fiquei sabendo do meu diagnóstico por acaso. Resolvi me tornar doadora de sangue, fiz os testes, e me disseram que eu tinha uma proibição por toda a vida para doar sangue, fiquei assustada, mas por algum motivo eles não explicaram o motivo. Já em outra clínica, fui aconselhada a fazer exames para hepatite viral, descobri que eu tinha HCV. Senti como se meu mundo estivesse caindo nesse momento, eu estava desesperada. Ainda estudava na época, não tinha dinheiro para pagar o tratamento, como conviver com a hepatite C e com quem entrar em contato? Eu não sabia!!! O que me ajudou a entender um pouco mais sobre o assunto foram os fóruns de pacientes com o mesmo diagnóstico que o meu. Aconselharam-me a marcar uma consulta com o hepatologista, a quem agora sou muito grata.
Fiz uma bateria de exames complementares, assim foi como tive a certeza do meu diagnostico com hepatite C genótipo 2. O médico recomendou as medicações com os nomes mais confusos que já tinha ouvido "Sofosbuvir + Daclatasvir". Depois de todo esse perrengue comecei o tratamento, mudei de alimentação e comecei minha vida novamente, o que me deixou mais feliz e realizada foi fazer outros exames depois de um tempo de tratamento e me ver negativada. hoje me sinto normal, na verdade sempre fui normal né! é engraçado falar isso mas me sentia anormal, agora não tenho medo das pessoas, vou a shows, cinema, festas e continuo vivendo. agradeço a todos que estão comigo nessa caminhada, e em primeiro lugar nunca desistam.

Em nenhum momento da minha vida tive alguma doença infecciosa, não fazia ideia de como seria a vida com hepatite. E de repente um diagnóstico, descoberto por acidente durante um exame de rotina para o trabalho. Como não sabia muito a respeito do assunto da "hepatite C", que explodiu na minha frente, não fazia ideia se seria perigosa para a vida, de onde vinha e como tratá-la. No meu trabalho não tive ajuda, em alguns dias depois de meu diagnóstico fui demitido. Embora, como descobri mais tarde, eles não tinham o direito de fazer isso. Me senti rejeitado, puro preconceito!
Quase entrei em depressão! Também pelo fato, de que em uma conversa, um dos meus amigos disse que a hepatite era uma doença de pobres. Eu tenho uma renda média. Ouvir isso de um amigo foi muito decepcionante. Mas estudei e fui atrás do assunto, pois se tratava de mim, e descobri que qualquer um pode contrair "Hepatite" e que isso não diz respeito a sua classe social, nacionalidade ou opção sexual. O importante e se previnir e se por acaso houver diagnóstico existe tratamento e um vida saudável pela frente.
Temos que ser menos invencíveis e pensar um pouco nos outros. Eu tive que ser diagnosticado para entender do assunto, mas talvez se tivesse tido conhecimento antes, não teria contraído.
Agora, estou bem comigo mesmo, já iniciei o tratamento, estou me alimentado de acordo a uma dieta, os médicos dizem que já veem resultados positivos, o importante foi a descoberta da doença no início. Acredito que são necessárias mais ações educativas sobre a "Hepatite", para conscientizar e educar as pessoas sobre esse tipo de enfermidade, mesmo sendo algo tão comum para a sociedade, ainda se vê um pudor muito grande para se falar do assunto. Isso me deixa triste, mas é uma luta que ainda podemos lutar.